:Livro: O Céu está em todo lugar
Autor: Jandy Nelson
Páginas: 423
Esse livro ganhou:
Não sei nem por onde começar! Esse livro virou meu xodó... além de ser lindo, (diagramação) tem uma história comovente... emocionante e muito linda! Anotei várias frases maravilhosas que descrevem todo o sentimento da protagonista, mas não sei qual escolho para começar esta resenha. Estou emocionada e com o coração apertado até agora, mas então vamos lá...
"Eu devia estar de luto, não me apaixonando..."
Lennie Walker mora em uma cidadezinha rodeada pela natureza, é uma garota vidrada em música, está no auge dos seus dezessete anos e acaba de sofrer uma perda inigualável, sua irmã, Bailey Walker, morre aos dezonove anos deixando um vazio imenso em todos a sua volta.
"Deito-me na cama, ofegante e toda suada. Como vou sobreviver a esta saudade? Como os outros fazem? As pessoas morrem o tempo todo. Todo dia. Toda hora. Há famílias no mundo olhando para camas em que ninguém mais dorme, para sapatos que não são mais usados. (...) Há pessoas em todo lugar na fila do cinema, comprando cortinas, passeando com cachorros, enquanto, por dentro, com o coração despedaçado. Durante anos. A vida toda. Não acredito que o tempo cura. Não quero. Se curar, se curar não significa que aceitei o mundo sem ela." - Lennie Walker, pág 258.
E realmente Lennie não aceita. Se afasta do mundo, das pessoas e dos compromissos sociais, se enclausura no Refúgio - quarto que as irmãs dividiam - e tenta superar a dor, que não vai embora. Sua melhor amiga Sarah, bem que tenta, mas não consegue trazer de volta a amiga. Sempre foram Bailey, vovó e Big, o tio das garotas, mas agora Bails se foi e o mundo não parou com o coração dela.
"... os olhares demonstram uma compaixão de me dar nos nervos, e todos me encaram como seu eu tivesse segurando o cadáver de Bailey em meus braços... A morte dela está inteira em mim, posso senti-la e todos conseguem notar isso." Lennie Walker, pág 17.
Lennie tenta voltar ao mundo real, ultrapassar os limites do quarto que dividiu com a irmã e volta à escola. Todos tentam ser simpáticos e amáveis, mas isso não importa, Bails não voltará só por conta da pena dos outros. Toby, o namorado de Bailey, busca na família da garota uma superação e é aí que Toby e Lennie se unem para compartilhar da mesma dor. Talvez se os dois se unirem, as pessoas que Bailey mais amava no mundo, ela poderá estar presente novamente. Mas é aí que as coisas se complicam, estaria Lennie correta ao consolar o namorado da irmã morta?
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Fofo. Fofo. E fofo! Em um milhão de anos está para nascer um autor para escrever um livro tão forte e tão doce ao mesmo tempo. Que isso!? Estou em êxtase.
A personagem principal é uma linda. Infelizmente precisa da morte da irmã para que ela se descubra, é assim mesmo de luto que Lennie descobre o amor, a compaixão, o sexo, enfim... todas as descobertas dos adolescentes. Talvez por isso, Lennie se dê mal, erre, perca, ela não tem mais a irmã, da qual era só uma sombra, a garota agora tem que seguir com suas próprias pernas e isso vai ser difícil.
Eu amei os personagens, principalmente vovó e Big, que eu imagino ser um gigante bonzinho sabe? Sarah é a melhor amiga louca que é super compreensiva. Toby é um namorado em luto. E tem Joe... o garoto novo da escola... ui* suspiros.
Amei a história dos bilhetes espalhados por toda a cidade, na lata de lixo, em baixo da pedra, na sala de música, em uma árvore qualquer... uma jogada muito boa.
Eu tenho certeza que não consegui expressar todos os meus sentimentos por esse livro, mas fica aí a dica, leiam O CÉU ESTÁ EM TODO LUGAR, você não vai se arrepender e vai lembrá-lo sempre que olhar para a sua irmã, para o seu namorado, para a sua avó, para aquele tio bonzinho que sempre está do seu lado e para o Céu...